No Shopping Barra a mostra a mostra individual de Dauri Diogo, que reúne cerca de trinta obras em óleo sobre tela.
Esta e a Segunda mostra deste artista, no entanto revelou-se um profundo conhecedor da matéria.
Partindo de formas que lembra o construtivismo, apresenta, sobre um fundo monocrômico, figuras, em tons opostos ao que suporta o desenho, desdobrando numa escala matizada onde parte, em alguns momentos do escuro para o claro, o seu inverso, realizando um interessante jogo, brincando com as cores e as formas.
Sua arte parte do princípio do conhecimento do gestual humano “onde explora uma necessidade para o conhecimento da infinidade do espaço e da inexistência do tempo”.
O tema que mergulha profundamente numa clara tentativa de resgatar o instante reflexivo, está desenvolvido sobre uma ótica realista, isto, no entanto, não quer dizer que exclui do observador a sua própria viagem a ao campo do mistério da criação.
Ao contrario, induz a um sentimento de verso e reverso, estabelecido no puro confronto do ver e ser visto.
Os momentos pintados, retrata a poesia contida na alma do pintor, que Dauri com a devida percepção mostra seus pares, nos frutos de sua fruição estética.
Poucas novidades tem se revelado no campo das artes plásticas, podemos afirmar com a devida propriedade, que este pintor certamente, terá uma carreira, neste seguimento das artes visuais.
Pode ocorrer o contrario, já que o destino não está traçado pelas tintas e cores que compõem sua sinfonia de tons, mas a depender do seu talento a intuição está definindo o percurso. A mostra é imperdível.
Aldo Tripodi Jornal Tribuna da Bahia Salvador 23-02-92
Neo-geo monocromático de Dauri Diogo
Aprender a pintar, qualquer um aprende. Conseguir estabelecer uma marca definitiva é mais difícil.
DAURI DIOGO é o primeiro artista que conheço que quando pintou seu primeiro quadro em 89, já foi nesta linha. Faz um neo-geo monocromático, cuja placidez a figura se encarrega de romper, seduzindo o espectador para uma arena psicológica carregada de intenções .
“é o ser humano se auto-analizando no divã, meditando ou representando”, afirma Dauri que diz mais, Ter escolhido a forma pirâmide nesta sua fase, por sua energia superior.
Mas no uso dramático de tons e sub-tons de uma mesma cor e no jogo de luz entre eles, que essa energia passa, reforçando a idéia mística os gestos das figuras impõem.
Paulista auto-didata, dono de virtuosismo técnico que o permite modelar luz, cor e forma em infinitas variações dentro da mesma idéia.
Matilde Matos Membro da Associação de Críticos de Arte do Brasil Membro da Associacão de Críticos de Arte Internacional Salvador – 1996
O geometrismo de Dauri Diogo
A partir de amanhã Dauri Diogo estará mostrando suas obras na Galeria Arte Viva . A exposição reúne 22 telas. Dauri intitulou a mostra de “Equilíbrio no Divã”.
A apresentação foi da crítica de arte Matilde Matos, que em certo trecho diz: … faz um neo-geo monocromático, cuja placidez a figura se encarrega de romper, seduzindo o espectador, para uma arena psicológica carregada de intenções …”
O geometrismo que Dauri utiliza submete planos com rebatimento da cor e da forma.
Neste caso a forma é vista pela cor que impõe limites.
Esta conjunção linear, que desemboca no desenho, não desenha sua intenção, porquanto o desenho, neste caso, faz pouca diferença, ao conjunto do tema.
O tema é por sua vez distribuído por triângulos, repetem-se em sinais, abstraídos das posições do “divã”.
Ao captar estes momentos, Dauri não estabeleceu registrar, mais acentuar expressões humanas, recorrendo a cenas precisas, diria exatas, como a inexatidão do artista, quando exercita o olhar artístico, conseguindo ver além do explícito.
Por outro lado a figuração precisa, e bem marcada, resume-se em partículas, do conjunto da história.
Seu caráter realista, não confere um naturalismo, mais uma intenção destes momentos tendo o homem como ponto de referência, sem definir caráter mas o gestual.
Os “bonecos” sugerem algo mental, pois o artista exercita a análise, como revelação de sua pintura.
Tal ordenação é vista na cor, que perfaz nítido sentimento de leveza no fundo que suporta as figuras e são trabalhados para aplicar o reconhecimento pictórico como fundamentalidade da ideia do pintor.
Aldo Tripodi Salvador 15-05-96 Jornal Tribuna da Bahia
A variedade de aspectos de Dauri Diogo
Acontecimento constante entre nós que aqui vivemos, que me faz lembrar carinhosa avó de jovem pintor que estreava, e que preocupada com o sucesso do neto exclamava: Numa terra em que há mais pintores do que funcionários públicos, é muito difícil a vitória dos pintores.
Por isso mesmo o jovem pintor Dauri Diogo que faz boa abstração, pintura figurativa, e também surrealismo, com boa e correta composição.
Reúne tudo num só quadro com resultados agradáveis.
Como pintor Senhor e dono de seu ofício, domina as cores com muita segurança.
Os seus quadros oferecem ao observador, uma variedade de aspectos de acordo com as tradições barrocas da sua cidade da Bahia de tantos e tão bons pintores.
Carlos Eduardo da Rocha Membro da Associação Brasileira de Críticos de Artes Salvador 1997
A figura Humana e os elementos geométricos na obra de Dauri Diogo
Dauri Diogo, elege em suas obras os elementos geométricos, repartindo a cena como se estivéssemos vendo através de um caleidoscópio.
E é exatamente este efeito, entretanto o que se melhor se depura está no equilíbrio entre a figura e os elementos da geometria eleitos para a composição; aliás perfeita e harmônica.
O mais interessante é como o artista brinca com a figura e predispõem em várias posições.
Contudo não faz uma figura humana em seu sentido literal, mas simbólica. Desta forma opera uma poética particular. Não é a primeira vez que escrevo sobre sua obra.
Quando começou a pintar já demonstrava compromisso com a pintura, hoje matura-se, como é natural.
Entretanto é preciso deixar claro, para limparmos o terreno em que estamos pisando, que a maturação se dá com artista que tem qualidades. Não é com passar dos anos que o artista “melhora”.
Pode ser o contrário. Mas se o que ele faz tem qualidade é como vinho quanto mais velho melhor.
Por outro lado, isto não quer dizer que o que estão “começando” não são merecedores dos elogios da critica de arte. É preciso entender que arte boa e pura, pode ser “nova” ou “velha”.
É da leitura da obra, que dela se faz, que se reclama para ela ser ou não obra de arte, pois não é o seu criador que lhe confere status, mas o que dela se extrai.
Dauri Diogo sabe compor sua criação, também é rigoroso no trato da cor, e domínio da técnica.
Vem impondo uma identidade em suas obras.
Não é um artista de mãos apressadas e de técnicas “alpinistas”. É um pintor que sabe o que é, e para que faz, isto é o que há de melhor em sua carreira.
Aldo Tripodi Crítico de Arte Mestre em teoria e História da Arte pela EBA/UFBA professor de História da Arte da UNIFACS e professor de Arte-Educação da UNEB. Apresentação da exposição “2 X 18” ( Dauri Diogo e Fred Shaeppi ) Salvador 2005
A poesia das formas
Dauri Diogo sempre usou das formas geométricas em sua obra, não em seu sentido restrito, formal, apenas usa de elementos para criar sua poética.
Nesta mostra que intitula “influências” toma formas e elementos decorativos das fachadas dos prédios do Pelourinho e superpõe em seus elementos geométricos.
Criando uma composição harmônica e equilibrada.
Outro fator é a figura humana, também geometrizada que ele sempre coloca em sua obra, uma marca registrada.
De igual forma, cores e criação estão perfeitas no conjunto da obra.
A figura aparece como se estivesse numa janela.
Creio que na verdade o artista provoca uma ruptura no aspecto formal e insere o elemento, como um ato poético, quebrando a rigidez que a forma pode intuir.
Aldo Tripodi Crítico de Arte Apresentação da exposição “Influências” Salvador 2016